Já reserve a data: entre os dias 05 e 09 de junho de 2024, a Zipper Galeria vai participar da feira ArPa, no Complexo Pacaembu, onde dará foco para os trabalhos recentes de Jessica Costa e Laura Villa Rosa. Apesar de terem pesquisas poéticas bastante distintas, as duas artistas têm em comum a aplicação de técnicas têxteis em suas obras. Convidamos você a conhecer mais sobre o trabalho dessas e mais outras duas artistas contemporâneas que entendem as linhas e agulhas para além da tradição.
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Jessica Costa
Jéssica Costa, O que me consome III, 2021
Jessica Costa, artista visual nascida em São Paulo, começou a trilhar seu caminho artístico na indústria da moda. Durante mais de uma década, ela teve contato com diversas técnicas têxteis, descobrindo sua própria expressão autoral. Atualmente, ela se dedica à tapeçaria, especialmente à técnica da "tufagem", que envolve o uso de uma pistola elétrica e pneumática sobre uma base de tecido.
As obras de Jessica se apresentam em composições orgânicas e coloridas, em site-specific, ou seja são projetadas para se fundir no espaço onde são instaladas. Cada peça, portanto, destaca quinas, entremeios e particularidades da arquitetura, fazendo a obra ultrapassar os limites das molduras.
Laura Villarosa
Laura Villarosa, Paisagem 23, 2021
Outra artista que tem suas raízes na moda é a italiana Laura Villarosa. Natural de Palermo, que hoje vive em Niterói, no Rio de Janeiro, a artista tem as paisagens naturais como inspiração para suas composições pictóricas, combinando pinceladas com bordados e outras técnicas têxteis. A partir das materialidades volumétricas, Villarosa consegue expandir a dimensão das telas, criando paisagens de relevo ricas em detalhes.
Faith Ringgold
Faith Ringgold, #4: The Sunflowers Quilting Bee at Arles, 1991
Faith Ringgold foi uma gigante das artes contemporâneas que faleceu, aos 93 anos, no último dia 13 de abril, em sua casa em Englewood, Nova Jersey. Ainda que a estadunidense tenha produzido pinturas críticas bastante aclamadas pelo circuito, foram as “colchas de histórias” que tornaram sua produção tão particular. Incentivada desde a infância pela mãe, que era designer de moda e costureira, Ringgold combinava técnicas têxteis com pintura e texto para contar histórias em defesa da comunidade negra e feminina. Posteriormente, diversas peças dessa produção também foram adaptadas em livros infantis, como por exemplo “Tar Beach”.
Madalena Santos Reinbolt
Madalena Santos Reinbolt, sem título, s.d.
A artista autodidata brasileira Madalena Santos Reinbolt (1919 – 1977) é considerada pioneira da arte têxtil – linguagem que se tornou sua principal expressão artística a partir dos anos 1960. Em seus “quadros de lã” a artista bordou cenas da sua vida cotidiana na Bahia, incluindo festas, paisagens naturais e cerimônias. Um ano antes de seu falecimento em 1977, a artista obteve um importante reconhecimento ao representar o Brasil na Bienal de Veneza, o evento mais prestigiado do mundo das artes visuais.