Humanas, demasiado humanas: Monica Piloni

27 Setembro - 29 Outubro 2022
A Zipper tem o prazer de anunciar a segunda exposição individual de Monica Piloni na galeria. “Humanas, demasiado humanas” reúne esculturas da artista inspiradas em figuras mitológicas que retratam o ser feminino como um pólo de forças irrefreáveis. “Humanas, demasiado humanas” inaugura no dia 27 de setembro, das 19h às 22h.

Tais como as obras, cujas partes se multiplicam e desdobram, a mostra apresenta pontos de vista dois curadores diferentes a respeito da produção da artista: Mario Ramiro e Érica Burini. Multiplicam-se, assim, as possibilidades de leituras. “Suas anti-heroínas, que tanto cruzam as distinções entre o bem e o mal, a ponto de inutilizá-las, nos lembram que, apesar de sua composição corpórea extraordinária, são ‘humanas, demasiado humanas’, escreve Érica Burini. “O atual trabalho desfoca a linha entre o imaginado e o observado, quando os corpos, girando à nossa frente, nos levam de uma visão para outra, da aparência de realidade para a de certa anomalia”, interpreta Mario Ramiro.

 

Por intermédio de um vocabulário visual entre fato e ficção, Monica Piloni cria uma espécie de mitologia própria acerca da identidade feminina que provoca um arrepio fascinante em torno das esculturas em tamanho quase natural, e denuncia o lugar emocional e social, que acidentalmente a mulher ocupa como objeto fetiche e sugere as intenções voyeurísticas do espectador ao confrontá-lo, tornando-o cúmplice.


‘Humanas, demasiado humanas” fica em cartaz até o dia 29 de outubro de 2022.

 

Sobre a artista

 

Monica Piloni (Curitiba, 1978), viveu e trabalhou em São Paulo entre 2004 e 2019 e atualmente vive e trabalha em Bruxelas. As figuras femininas no trabalho da artista são criadas a partir de moldes ou da observação do seu próprio corpo reconfigurado por intermédio de distorções, desmembramentos, omissões ou multiplicações de algumas partes, muitas vezes retratando corpos contorcidos ou características físicas incomuns. O conteúdo autobiográfico divide espaço com histórias imaginadas e muitas versões dela são experimentadas e descartadas durante o processo. Usando desde os meios mais tradicionais como bronze e mármore até os recursos mais tecnológicos da impressão 3D, Monica Piloni apresenta suas esculturas ambíguas de gestos imponentes como se tivessem sido congeladas no meio da evolução de um movimento.

 

Entre suas exposições individuais, destacam-se “Monica…”, Epicentro, São Paulo, em 2017, e a intervenção urbana “Ilegais”, na Rua da Aurora, em Recife, em 2014. Participou de mostras coletivas como "Diversidade do Nosso Tempo", Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto (2017), "Embassy of Food" (2017), Dutch Design Week, Eindhoven, Holanda, "Demasiado Pasolini”, Biblioteca Mário de Andrade (2015); TRIO Bienal, MNBA, Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro (2015); “Nova escultura brasileira”, Caixa Cultural, Rio de Janeiro (2011), "O Colecionador de Sonhos" Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto (2011), entre outras. Seu trabalho figura em importantes coleções brasileiras, como na coleção particular de Bernardo Paz, Instituto Inhotim, Brumadinho.

 

Textos críticos: Mario Ramiro e Érica Burini

 

Mario Ramiro (Taubaté, 1957) é mestre em fotografia e novas mídias pela Kunsthochschule für Medien Köln (Escola Superior de Arte e Mídia de Colônia), na Alemanha, e doutor em artes visuais pela Universidade de São Paulo. É professor do Depto. de Artes Plásticas e do programa de PósGraduação em Artes Visuais da Escola de Comunicações e Artes da USP. Artista multimídia, foi integrante do grupo de intervenções urbanas 3NÓS3 e do movimento de arte e tecnologia brasileira dos anos 80. Sua produção reúne intervenções urbanas, redes telecomunicativas, esculturas, instalações ambientais, fotografia e arte sonora. Entre inúmeras mostras coletivas, participou de quatro edições da Bienal de São Paulo e da Bienal de Havana.

 

Érica Burini (1994) é historiadora da arte, pesquisadora e curadora. Formada em Artes Plásticas e Mestra em História da Arte na Unicamp. Teve participação na equipe curatorial de diversas exposições, dentre as quais se destacam: curadora de “Trabalho em dupla” (2022), individual de Bruno Novaes no Espaço Marco do Valle, Campinas-SP; curadora assistente da exposição “Estamos Aqui” (2022), no Sesc Pinheiros; organizadora de “Dizer Não” (2021) junto a Thaís Rivitti, Edu Marin e Adriana Rodrigues, no Ateliê397/Galpão Cru; curadora de “Lorem Ipsum” (2020), exposição virtual coletiva premiada pelo edital ENTER da Galeria Aymoré, Rio de Janeiro; curadora de “Arrivistas”, projeto de intervenção selecionado pelo 3o edital OMA de Curadoria, da Galeria OMA, São Bernardo do Campo. Atualmente colabora na gestão do Ateliê397, onde também conduz um dos grupos de acompanhamento de projetos para artistas, “Clínica Geral”, junto com Tiago Gualberto.