Illusions (ou A persistência retiniana): ÉLCIO MIAZAKI

31 Julho - 21 Agosto 2021

Illusions (ou A persistência retiniana)

Exposição individual de Élcio Miazaki na Zipper Galeria

Curadoria: Shannon Botelho
Em cartaz de 31 de julho a 28 de agosto de 2021

O programa Zip’Up apresenta, a partir de 24 de julho, a exposição “Illusions (ou A persistência retiniana)”, do paulistano Élcio Miazaki. Primeira individual do artista na Zipper Galeria, a mostra reúne trabalhos recentes que convidam o expectador a se confundir: seja pela própria imagem, seja pelo propósito que levou sua ma-terialização, os trabalhos se encarregam de mostrar algo que não é, que figura como engodo, ludíbrio ou aparência.

 

O ponto de partida de Élcio Miazaki é o mergulho em acervos históricos, a partir dos quais ele busca “reconstituir contextos” e conduzir sua poética. Em sua indivi-dual na Zipper, uma caixa de luz controlada por temporizador aciona a atenção do expectador com a frase “Tenha em mente que todos nós somos o produto de uma larga variedade de experiências”. Ou com “Cada um tem necessidades, complexos e recordações, conscientes e subconscientes que lhes são exclusivas”. Aparentemente reconfortantes, os trechos escondem sua origem: foram retira-dos de manuais de treinamento do Exército brasileiro no período anterior à dita-dura militar no país.

 

Outro corpo de trabalhos faz referência às técnicas criadas no século 19 que buscavam “enganar” o cérebro humano, criando impressões de movimento ou formando uma imagem completa a partir de fragmentos de outras figuras. São dispositivos que abordam o fenômeno da retenção da imagem pelo cérebro, por algumas frações de segundo, e que viriam a dar origem ao cinema. “Acredi-tamos ou não naquilo que constantemente paira diante da nossa visão? O que é ficção? E o que é realidade?”, resume o artista.

Com curadoria de Shannon Botelho, a exposição “Illusions (ou A persistência reti-niana)” fica em cartaz até 21 de agosto de 2021.

 

Idealizado em 2011, um ano após a criação da Zipper Galeria, o programa Zip’Up é um projeto experimental voltado para receber novos artistas, nomes emergen-tes não representados por galerias paulistanas. O objetivo é manter a abertura a variadas investigações e abordagens, além de possibilitar a troca de experiência entre artistas, curadores independentes e o público, dando visibilidade a talentos em iminência ou amadurecimento. Em um processo permanente, a Zipper recebe, seleciona, orienta e sedia projetos expositivos, que, ao longo dos últimos anos, somam mais de cinquenta exposições e cerca de 70 artistas e 30 curadores que ocuparam a sala superior da galeria.

 

Sobre o artista

 

Élcio Miazaki (São Paulo, 1974) vive e trabalha entre as cidades de São Paulo e Ribeirão Preto. Graduado em arquitetura e urbanismo pela Universidade de São Paulo (2000), o artista dedica-se a projetos que 'reconstituem contextos' por meio de materiais de época, principalmente das décadas de 1970 e 1980, na qual o Brasil passou pela ditadura militar e posterior redemocratização. Esse pe-ríodo coincide com os anos de infância e parte da adolescência de Élcio e sua produção demonstra a importância e dependência do ‘outro’ para que seus tra-balhos passem a existir. Aborda as Forças Armadas, não apenas nas questões políticas, mas nas que envolvem o arquétipo masculino, muito mal resolvido sendo uma das causas das incongruências atuais. Expôs em instituições, entre elas: Arte Londrina 7 (PR - 2019), 24º Salão Anapolino de Arte (Anápolis - GO - 2019), Ga-leria de Arte e Pesquisa - UFES - Universidade Federal do Espírito Santo - (Vitória - ES - 2019), Casa da Cultura Dide Brandão (Itajaí - SC - 2019), Galeria Cañiza-res - Escola de Belas Artes - Universidade Federal da Bahia - (Salvador - BA - 2019), MARP (Museu de Arte de Ribeirão Preto - SP - 2019/2017/2015-2013), Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia (Belém - PA - 2020/2018), Museu Casa das Onze Janelas (Belém - PA - 2017), Memorial Municipal Getúlio Vargas (Rio de Janeiro - RJ - 2019), MAB (Museu de Arte de Blumenau - SC - 2019/2016-2015), 46º Salão Luiz Sacilotto (Paço Municipal de Santo André - SP - 2018), MUnA (Museu Universitário de Artes - Uberlândia - MG - 2017), SESC - DF (2016), MARCO (Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul - Campo Grande - 2016), 15º Salão Nacional de Artes de Jataí - Museu de Arte Contemporânea de Jataí (GO - 2016). Na capital paulista: Casa das Caldeiras (2013), Memorial da América Latina (2015-2013), MASP (2013) e Instituto Cer-vantes (2013). Em espaços independentes: Massapê Projetos (2020), Ateliê 397 (2019) e Casa Lâminas (2019). E ainda: o mapeamento pelo Rumos Artes Visu-ais Itaú Cultural (2001) e a seleção na 18a Bienal de Cerveira (Portugal - 2015). Galerias comerciais: Vermelho (2018), Zipper (2018), Lona e Anexo Lona (2020/2021), Tato (2019), Sancovsky (2018), Poente (2019), Orlando Lemos (2018) e Léo Bahia (2020). Prêmio: Fundação Clóvis Salgado (BH - MG - 2019). Obras em acervos públicos: MARCO (Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul), ECEU - Espaço Cultural de Extensão Universitária da FMUSP de Ribeirão Preto - SP e Museu Casa das Onze Janelas - Belém - PA.

 

Sobre o curador

 

Shannon Botelho é crítico de arte e curador no Memorial Getúlio Vargas (RJ). É doutorando em História e Crítica da Arte pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes/UFRJ em parceria com a École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris). É professor no Departamento de Artes Visu-ais do Colégio Pedro II (RJ). Foi curador nas exposições: A sós (2015); Abstrato Possível, Concreto Real (2017); Paisagem Grão de Areia (2018); O que você guarda tão bem guardado (2019); Da Linha, o Fio (2019), Impulsos Imitativos (2019) e Parada II (2020).