Intersecção: Hildebrando de Castro

5 Abril - 7 Maio 2022

O artista Hildebrando de Castro realiza, a partir de 05 de abril, sua primeira exposição individual como artista representado pela Zipper Galeria. Em “Intersecção”, o artista reinterpreta a arquitetura de um dos maiores símbolos contemporâneos de Paris, o Centre Georges Pompidou.

A mostra reúne sete pinturas em que o artista demonstra domínio da luz, da cor e do volume.

 

Hildebrando produz desde o final da década de 1970. Em sua trajetória, seu trabalho passou por muitas transformações. Em nenhuma delas, porém, o artista abriu mão do preciosismo da execução. O mesmo se mantém em “Intersecção”: em contraposição à despretensão, Hildebrando mira a minúcia e a disciplina técnica. “O artista compromete-se, em um mundo de precariedade, a oferecer-nos a opulência das cores e, em cada uma de suas composições visuais, a abrir uma porta majestosa para o espaço tridimensional”, resume Lara de @sampaforlife, a parisiense que assina o texto crítico da exposição, que frequentou o Centre Georges Pompidou quando era estudante.

 

Produzidas entre 2019 e 2020, as pinturas foram elaboradas durante a pandemia da Covid 19. O artista empregou seu virtuosismo para representar as características arquitetônicas, os elementos de aço fundido, os pilares tubulares, os nós das treliças, e os pinos de aço polido do marco arquitetônico parisiense.

 

A nova série se insere na produção do artista como um desdobramento do abandono pelo artista dos retratos e paisagens. Por volta de 2010, Hildebrando passa a desenvolver trabalhos com representações nítidas e geométricas, produzidas a partir do registro fotográfico de fachadas repletas de janelas. A relação com o construtivismo – e suas vertentes – foi fortalecida a partir de então, o que ainda se mantém em “Intersecções”. Neste conjunto de trabalhos, Hildebrando ainda aposta na geometria e na ótica.

 

“Intersecção” fica em cartaz na Zipper Galeria até 07 de maio de 2022.

 

Sobre o artista 

 

Hildebrando de Castro inicia sua produção artística no final dos anos 1970 e, desde então, cria pinturas que impressionam pelo preciosismo da execução, seja qual for a técnica adotada. Sua primeira exposição individual é realizada em 1980, no Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde apresenta uma série de desenhos figurativos. Sentindo-se limitado pelo lápis de cor, o artista migra para o pastel seco, material que adota em seus trabalhos ao longo de 15 anos – até sentir-se outra vez limitado e, em 1999, voltar-se para os estudos com tinta a óleo. Na mesma época, muda-se para Nova York, onde reside por 11 anos e dedica-se ao aprimoramento da técnica de óleo sobre tela, atingindo a mesma precisão que obteve com o pastel. Nos anos 1990, sua produção é marcada pela representação de figuras comuns ou excêntricas, dramatizadas e retratadas de forma extravagante. O enquadramento e a luz da fotografia são referência para o desenvolvimento de suas pinturas. Nos anos 2000, o artista pinta retratos de rostos difusos, paisagens indefinidas e brinquedos sempre um tanto mórbidos. Já a partir de 2010, desenvolve a série Janelas, representações nítidas e geométricas feitas a partir de fotografias de fachadas de prédios repletas de janelas. As pinturas, em acrílica sobre tela, expõem outra vez a fatura minuciosa e o virtuosismo de Hildebrando, que então estabelece vínculos com o construtivismo e suas vertentes. Entre suas mais importantes exposições, estão individuais no Paço das Artes em São Paulo, em 2009, no Paço Imperial, em 1998, e no Centro Cultural Banco do Brasil, em 1995 (ambos no Rio de Janeiro). Participou de mostras coletivas no Museu de Arte Moderna (de São Paulo e do Rio), no Haus Der Kulturen Der Welt (Alemanha), no Nuremberg Museum (Alemanha), entre outras. O artista vive e trabalha em São Paulo.