Noir: Ricardo Van Steen

18 Maio - 15 Junho 2013

No dia 18 de maio, às 14h, a Zipper promove a abertura da exposição individual do artista Ricardo van Steen. O artista apresenta em Noir uma nova série de aquarelas inspiradas em imagens encontradas na internet e que reproduzem diferentes céus, como Ricardo mesmo define "imagens do além-céu". A exposição permanece em cartaz até 15 de junho.

 

"Há um ano digito quase todo dia em sites de busca termos como 'sobre as nuvens', 'above the clouds', 'au dessous des nouages', 'sopra le nuvole'. A partir dos resultados, fui selecionando um apanhado de registros que trouxessem, cada uma individualmente, uma nova dimensão ao céu", explica Ricardo. Para esta série, o artista repensou essas imagens dentro de um campo quadrado, às vezes ampliando partes, outras distorcendo, até que ficassem quadradas, dando um novo sentido aos espaços. "O formato quadrado me encantou pela primeira vez quando adquiri uma câmera Polaroid SX70, mídia que sempre usei pela possibilidade de novos enquadramentos". Em Noir todos os quadros tem a mesma dimensão e quando colocados lado a lado, passam uma forte noção de movimento, dando a percepção de um horizonte infinito.  

 

A experiência de Ricardo com o cinema se reflete nesta exposição de muitas formas. Da construção de uma narrativa por vários pontos de vista, até o comprometimento em transportar o espectador gradativamente para outra dimensão, ora a visão é subjetiva e vivencial, portanto dinâmica e fugaz, ora ela enquadra o personagem voando, estabelece um momento de equilíbrio e freagem de tempo, e ainda, em outros momentos, essa visão é tão ampla e inalcançável que remete ao eterno, imemorial.

 

Para Ricardo a técnica da aquarela utilizada nessas telas é um exercício de persistência e interatividade com os poderes da água e os caprichos do pincel. "Quando eu uso uma imagem de satélite como ponto de partida, estou conectando extremidades do conhecimento, para quem sabe, nesse campo de força que se cria com o acúmulo dos poderes das duas formas de expressão, colocar o espectador em um lugar até aqui desconhecido", finaliza.