O que 2024 promete para os apreciadores das artes visuais?

Fique por dentro das grandes exposições que darão o tom do ano
Dezembro 20, 2023
Ramonn vieitez, Retrato do tempo, 2023. Trabalho que será exibido no Salão dos Artistas Sem Galeria em 2024.
Ramonn vieitez, Retrato do tempo, 2023. Trabalho que será exibido no Salão dos Artistas Sem Galeria em 2024.

 

Antecipando as inovações e inspirações que irão moldar o cenário artístico brasileiro em 2024, trazemos alguns "spoilers" das exposições que prometem influenciar significativamente o circuito e as discussões no mundo das artes no Brasil. Estas mostras organizadas pelas grandes instituições de São Paulo podem nos indicar as temáticas provocativas que estão destinadas a liderar discussões profundas no cenário. 


Conteúdo do artigo:



Yacunã Tuxá, Mulher, indígena e sapatão, 2019. 


Seguindo sua tradição de temática anual em torno de diferentes “Histórias”, o MASP inicia o ano de 2024 com uma série de exposições que exploram as "Histórias da Diversidade LGBTQIA+". A abertura é marcada pela mostra dedicada ao coletivo ativista das décadas de 1980 e 90 em Nova York Gran Fury, seguida por uma retrospectiva de Francis Bacon, que destaca a questão da homoafetividade desde os anos 60. A programação inclui exposições individuais dos brasileiros Mário de Andrade e Leonilson, bem como mostras sobre artistas como Catherine Opie, Lia D Castro, Serigrafistas Queer, Maximiliano Mamaní, Tourmaline, Ventura Profana e Manauara Clandestina.


O ápice do ano no MASP será a exposição coletiva que encerra a programação, reunindo cerca de 200 obras de artistas nacionais e internacionais, todas explorando a rica temática da diversidade LGBTQIA+.


A Pinacoteca também promete, mais uma vez, influenciar o circuito apresentando uma exposição panorâmica de Lygia Clark na Pina Luz, proporcionando aos visitantes uma visão abrangente da obra da renomada artista brasileira. Na Pinacoteca Contemporânea, uma retrospectiva de Cecília Vicuña, vencedora do Leão de Ouro em 2022, oferece uma imersão nos mais de 55 anos de sua trajetória artística.

 

Cecília Vicuña, Bedame marmita, 1978


Além disso, a Pinacoteca Estação, em parceria com o Memorial da Resistência de São Paulo, reflete sobre os 60 anos do Golpe Militar brasileiro, explorando o estado de exceção por meio de ambos acervos artísticos e documentais.


No segundo semestre do ano, o MAM se prepara para receber o 38º Panorama da Arte Brasileira, uma mostra bienal fundamental na história do museu. Com curadoria de Germano Dushá e Thiago de Paula Souza, a exposição busca traçar um horizonte multidimensional da produção artística contemporânea do Brasil.


A 60ª Bienal de Veneza, a mais tradicional exposição do mundo, será curada pelo brasileiro Adriano Pedrosa, Diretor Artístico do MASP. Intitulada "Stranieri Ovunque" ("Estrangeiros por toda parte"), a bienal se concentra no deslocamento humanitário, destacando questões de marginalização, desterritorialização e violação dos direitos territoriais. O pavilhão do Brasil nos Giardini será indígena! Com a curadoria de Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana, o pavilhão destacará a produção de Glicéria Tupinambá. A artista, acompanhada por sua comunidade e outros convidados ainda não-anunciados, apresentará a diversidade da cultura Tupinambá, sua jornada de ressurgimento e resistência na exposição "Ka'a Pûera: nós somos pássaros que andam", proporcionando uma plataforma para a expressão da cultura e resistência indígena.


Glicéria Tupinambá e Alexandre Mortagua, Quando o Manto fala e o que o Manto diz, 2023 (frame do vídeo)

 

Primeira exposição do ano na Zipper Galeria

Por mais um ano consecutivo, a Zipper Galeria tem a satisfação de sediar o Salão dos Artistas Sem Galeria, que atinge sua 15ª edição em 2024. Organizado pelo Mapa das Artes, este evento proporciona anualmente uma oportunidade para artistas nacionais que, conforme sugere o título, ainda não contam com representação em galerias de arte. A iniciativa oferece a esses artistas a chance de submeterem seus portfólios à avaliação de profissionais do setor e, posteriormente, uma seleção resulta em uma mostra coletiva no espaço da Zipper. Para a edição de janeiro, destacam-se os nomes de Chiara Sengberg, Clara A, Fil Souza Vieira, Francisco Maranhão, Jamile Sayão, Lucas Ribeiro, Ramonn Vieitez, Renan Carvalho, Thix e Vicente Brasileiro, cujas obras prometem proporcionar um panorama vibrante da produção artística contemporânea brasileira. Fique atento, em breve divulgaremos mais informações.