Da Renascença à Contemporaneidade: 3 obras inspiradas pela dança

Pieter Bruegel, o Velho, Henri Matisse e Monica Piloni para inspirar o Dia Internacional da Dança
Abril 24, 2024
Mônica Piloni, “Bailarina”, 2020
Mônica Piloni, “Bailarina”, 2020

 

No Dia Internacional da Dança, celebrado em 29 de abril, apresentamos um breve panorama de como a dança inspirou artistas ao longo dos séculos. Essa forma de expressão artística, uma das mais antigas do mundo, já foi retratada pelos mais diversos criativos. Em sítios arqueológicos pré-históricos e em tumbas egípcias de cerca de 3.300 anos a.C., as representações de figuras dançantes já eram registradas. Hoje, escolhemos três obras significativas — uma do Renascimento, outra do Modernismo e uma contemporânea — para você se inspirar.

 

Conteúdo do artigo:

 

Renascimento Nórdico: Pieter Bruegel, o Velho

Pieter Bruegel, o Velho, “A Dança do Casamento”, 1566

 

Na pintura acima, Bruegel, conhecido por sua fascinação pela vida camponesa, retrata uma festa de casamento ao ar livre, em óleo sobre madeira. No centro da composição, ligeiramente deslocada à esquerda, está a noiva com um vestido preto, como era de costume no período da Renascença. Embora ela seja um dos maiores destaques do evento, na pintura ela é ofuscada pelas dezenas de pessoas ao seu redor. A escolha de Bruegel em destacar o movimento da multidão sugere que o foco da obra não está na ocasião em si, mas sim no dinamismo da dança – na época considerada um mal social pelas autoridades e pela igreja.

 

Fauvismo: Henri Matisse

Henri Matisse, “A Dança”, 1909

 

Entre as obras mais famosas de Henri Matisse e da própria História da Arte, está “A Dança”, uma pintura feita sob a encomenda do empresário e colecionador de arte russo Sergei Shchukin. Nesta composição, Matisse unifica cinco corpos em uma só figura, destacando o movimento rítmico.

 

As escolhas estéticas do artista refletem os princípios centrais do movimento fauvista: o uso puro e intenso das cores, a falta de profundidade e a temática cotidiana. Esses elementos, somados ao nudismo dos personagens, não eram bem vistos pelos críticos mais conservadores e geraram um grande escândalo nos salões de arte da época – não à toa, o nome do movimento artístico provém da expressão francesa “les fauves”, que significa “feras” ou “animais selvagens”. 


Contemporaneidade: Monica Piloni 

Monica Piloni, “Bailarina IV”, 2019 


Monica Piloni, artista representada pela Zipper Galeria e cuja principal investigação poética se concentra no corpo feminino, encontra no balé e, mais especificamente, nas bailarinas uma fonte de inspiração frequente. Um exemplo disso é a obra "Bailarina IV", na qual o corpo da figura é desmembrado em sete caixas de acrílico. Ao pensar em uma bailarina, os movimentos fluidos e livres podem ser a primeira imagem que vem à mente, mas o trabalho de Piloni subverte essa concepção. No trabalho, o aspecto humano é eliminado da figura e a atleta tem seu corpo totalmente imobilizado. A escultura é definida pela própria artista como uma "monstra de Frankenstein", afinal, a partir da fragmentação, o corpo pode ser reconfigurado de várias formas.