Labirinto sintrópico: Janaina Mello Landini

13 Agosto - 10 Setembro 2016

Tema explorado pela artista mineira Janaina Mello Landini nos últimos anos, a arquitetura labiríntica volta a aparecer como eixo central de sua nova exposição na Zipper Galeria, em cartaz a partir do dia 13 de agosto. Depois de apresentar ano passado uma de suas instalações da série Ciclotramas, feitas com cordas que se desmembram em espessuras mínimas, desta vez a artista ocupa o espaço principal da galeria com um site-specific desenvolvido a partir de sua pesquisa sobre o que chama de Labirintos Rizomáticos. Utilizando pregos e fios, ela realiza uma conjunto especial de obras em cetim, partindo de sua pesquisa Labirintos Rizomáticos, que serão dispostas como uma única instalação. Intitulada Labirinto Sintrópico, a mostra tem curadoria da espanhola Marta Ramos-Yzquierdo. 

 

Nesta nova individual, a artista dá continuidade a uma investigação matemática que resulta na construção de perspectivas multifocais, anulando a construção tradicional. O cetim utilizado nas telas funciona como um elemento apurador: o material reflete a luz de acordo com a posição do olhar; à medida em que o espectador passa, a incidência luminosa altera os corredores e vãos criados pela perspectiva. No desenho resultante, as arquiteturas inventadas criam uma reflexão sobre as relações entre tempo e memória, na combinação do estudo arquitetônico e das técnicas manuais com as quais a artista trabalha. 

 

Janaina vem desenvolvendo trabalhos focados em labirintos nos últimos seis anos. No primeiro semestre deste ano, expôs no Palais de Tokyo, em Paris, um trabalho da série Ciclotramas, uma pesquisa paralela e complementar à dos Labirintos Rizomáticos. "As duas séries têm forte ligação com a arquitetura. As Ciclotramas interagem com ela se desdobrando numa trama labiríntica e hierárquica. Já os Labirintos Sintrópicos e Rizomáticos usam a trama para representar uma arquitetura multidirecional, onde o olhar corre livre, entrando e saindo pelos caminhos sugeridos por este lugar". 

 

A instalação criada para esta nova individual foi concebida também a partir da Sequência de Fibonacci, uma sucessão numérica, descrita no final século XII pelo italiano Leonardo de Pisa, que garantem as "proporções áureas" e aparecem na forma de diversos organismos vivos.

 

Sobre a curadora

Marta Ramos-Yzquierdo é curadora independente espanhola, radicada no Brasil desde 2009. Historiadora da arte, formada pela Universidad Complutense de Madrid, mestre em Gestão Cultural pelo Instituto Ortega y Gassete diplomada em Comunicação Institucional pela Universidade dos Andes, no Chile. Depois de trabalhar como diretora na galeria Baró e no espaço independente Pivô, em 2013, iniciou sua atuação como curadora independente, tendo curado, desde então, diversas mostras como Emmathomasteca, Partir do Erro, Ícaro Lira: Campo Geral, em São Paulo; e La historia la escriben los vencedores, Felipe Ehrenberg 67//15 ou After, Depois, Según, em Madri. Atualmente, investiga as condicões laborais do artista junto com Ana Leticia Fialho, e é parte do grupo Historias em Display.