Conheça três obras da Zipper Galeria que parecem pinturas, mas não são

Adriana Duque, Janaina Mello Landini e Marcelo Tinoco trazem relações pictóricas para diferentes linguagens
Agosto 22, 2024
Janaina Mello Landini, Labirinto Espelho - Série I - A
Janaina Mello Landini, Labirinto Espelho - Série I - A

 

No universo das artes contemporâneas, é comum que muitos artistas borrem os limites entre as diferentes linguagens, ou desafiem a nossa percepção, nos convidando a questionar o que realmente estamos vendo. Na Zipper Galeria,  Adriana Duque, Janaina Mello Landini e Marcelo Tinoco possuem produções que, à primeira vista, podem se parecer com pinturas, mas, ao serem contempladas ao vivo ou com um olhar mais atento, revelam outras texturas, materialidades e novas camadas de interpretação. 


Confira um pouco mais sobre essas obras a seguir e não deixe de visitá-las pessoalmente na galeria.


Conteúdo do artigo:

 

Adriana Duque


Adriana Duque, Felícia, 2019


A retratista colombiana Adriana Duque evoca em suas obras uma estética austera dos contos de fadas que envolvem a realeza europeia. Suas composições e tratamentos se apoiam em referências das pinturas barrocas e renascentistas italianas. Uma de suas séries até possui o título “Renascimento” e utiliza-se de diversos recursos deste período, como a composição em formato triangular, a centralidade da figura humana e a técnica chiaroscuro (do italiano “claro-escuro”). Os adereços e adornos exagerados, além do alto contraste em suas imagens, reforçam a inspiração da artista no Barroco. 


Ao entrar em contato com sua produção, é possível que você se pergunte: é pintura ou é fotografia? A verdade é que a artista trabalha principalmente com a fotografia, finalizada com intervenções de pintura digital. 

 

Janaina Mello Landini


Janaina Mello Landini, Labirinto Espelho - Série I - B


Em séries como “Labirinto Espelho” e “Labirintos Rizomáticos”, Janaina Mello Landini dá continuidade à sua pesquisa sobre tramas e entrelaçamentos, aqui realizadas em fitas de cetim. Nesta série, a perspectiva é construída a partir do olhar em movimento da artista durante seu percurso por um espaço real. Esse “poli-olho” registra de forma acumulativa tudo o que é visto, gerando a justaposição de volumes geométricos. A superposição dessas camadas cria uma perspectiva impossível, que reinventa o espaço e evidencia os múltiplos caminhos contidos em um único lugar. As fitas de cetim tingidas são presas apenas pelas bordas, em cálculo minucioso, alternando-se entre passar por cima e por baixo na trama. Sobre elas, uma camada de extrato de nogueira reduz o brilho intenso do material e cria um efeito que permite que o olhar penetre na composição.

 

 

Marcelo Tinoco


Marcelo Tinoco, Olive, 2017

Tendo a fotografia como ponto de partida, Marcelo Tinoco criou uma linguagem bastante própria, caracterizada por uma estética de fantasia e grande atenção aos detalhes. Sua pesquisa poética gira em torno da representação de paisagens naturais, um dos gêneros mais populares da pintura clássica, que ele atualiza utilizando tratamentos e ferramentas contemporâneos: realçando cores e contornos, adicionando ou subtraindo elementos, Tinoco reinventa as imagens originais com variadas intervenções digitais.