De cara pro sol: Daré

13 Maio - 7 Junho 2014

A Zipper Galeria apresenta a partir de 13 de maio de 2014, às 19h, a série De Cara pro Sol, do artista Daré. A mostra, que tem curadoria de Josué Mattos, reúne uma série de pinturas nas quais os personagens retratados têm seus olhos escondidos atrás de óculos escuros ou suas faces distorcidas na tentativa de mirar o sol. Trata-se da primeira individual de Daré em São Paulo.

 

Imaginada em 2008, como uma resposta bem humorada às notícias apocalípticas em torno do aquecimento global, a série ganhou forma e corpo 6 anos depois, tornando-se um campo de experimentação para o artista quanto às possibilidades do retrato e suas relações de poder no mundo atual.

 

Sendo a série, por definição, formada exclusivamente por retratos comissionados, a exposição abre com todas as obras já vendidas. Mas o artista promete aceitar novas encomendas cujos preços seguirão uma fórmula que levará em conta seu peso corporal e a cotação do ouro do dia  - uma discussão paralela à mostra que procura associar artista e obra à racionalidade das commodities de mercado. 

 

Quem olhar o conjunto de telas mais de perto, perceberá que outros assuntos o permeiam. Como a existência e o significado das pequenas comunidades dentro do sistema da arte - todos os retratados são artistas amigos ou colecionadores. E a atenção que o artista dá à descrição de detalhes, texturas e contrastes de transparência e cor, utilizando recursos pictóricos que remetem a antigos mestres, parece um esforço pessoal para entender a pertinência da própria pintura nos dias de hoje.

 

Sobre o artista

Daré cursou desenho com Guillermo Herbert von Plocki (2006) e materiais de pintura com Regina Gierlemge (2002-2003). É membro-fundador dos grupos Latitude 22 - ateliê de pesquisas em poéticas visuais (desde 2010) e APROA (2008-10). Participou das seguintes exposições: Eu fui o que tu és e tu serás o que eu sou, Paço das Artes, São Paulo (2012); 63o. Salão de Abril, Fortaleza, Ceará (2012); À Sombra do Futuro: Especulações por fazer, Instituto Cultural Cervantes, paralela à 29a. Bienal de São Paulo (2010);  Exposição 79 > 09 - 30 anos de artes visuais Campinas-Ribeirão Preto, MARP (Museu de Arte de Ribeirão Preto), Ribeirão Preto, São Paulo (2009-2010). Recebeu o Prêmio Aquisitivo no 39o. Salão de Arte Contemporânea Luiz Saciolotto, Santo André, São Paulo (2011).

 

Sobre o curador

Josué Mattos é doutorando em Teoria da Modernidade pela UFSC e Université de Paris-Ouest Nanterre La Défense. Graduou-se em História da Arte e Arqueologia pela Université Paris X Nanterre, onde obteve o título de mestre em História da Arte Contemporânea. Em 2009, concluiu mestrado em Práticas Curatoriais pela Université de Paris I Panthéon-Sorbonne. Coordena, desde 2010, o Ateliê de Pesquisa em Poéticas Visuais em Ribeirão Preto (SP). É pesquisador e curador do 3C - Centro de Criação Contemporânea e editor da Revista Binômios. Foi nomeado curador do 1º FRESTAS - Trienal de Artes (Sesc Sorocaba, 2014). Entre as exposições que realizou estão: Festival Inter-cambio (Espace Beaujon, Paris, 2007), Terres et Cieux - Sandra Cinto e Brígida Baltar (Mairie du VIIIème, Paris 2009), À la limite (co-curadoria), (Galerie Michel Journiac, Paris, 2009), 12º e 13º Salão Nacional de Artes de Itajaí, (Fundação Cultural de Itajaí, 2010 e 2013), Por aqui, formas tornaram-se atitudes (Sesc Vila Mariana, São Paulo, 2010), É crédito ou débito? (SESC-SP, 2010-2011), Boîte Invaliden, (co-curadoria Paulo Reis, in memoriam), (Invaliden Gallery, Berlim, 2011), Como o tempo passa quando a gente se diverte, (Casa Triângulo, São Paulo, 2011), O mundo de dentro - Rodrigo Cunha (Zipper Galeria, São Paulo, 2012), Eu fui o que tu és e tu serás o que eu sou, (Paço das Artes, São Paulo, 2012) e Amor Fati - Albano Afonso, (MARP, Ribeirão Preto, 2014).