Arte e Maternidade: Uma Reflexão Sobre a Obra de Nina Pandolfo

Neste Dia das Mães, analise conosco a obra “Resiliência” de Nina Pandolfo
Maio 8, 2024
Nina Pandolfo, Resiliência, 2023
Nina Pandolfo, Resiliência, 2023

 

Com a aproximação do Dia das Mães, celebrado no dia 12 de maio de 2024, te convidamos a analisar os detalhes da obra “Resiliência” de Nina Pandolfo, artista representada pela Zipper Galeria.

 

Conteúdo do artigo:

 

A técnica de Nina Pandolfo

 

A pintura “Resiliência”, de 2023, com mais de um metro de altura, é um retrato característico de Nina Pandolfo, representando uma mulher com seus grandes olhos brilhantes e feições delicadas, com nariz, boca e orelhas pequenas. A técnica inconfundível da artista, com traços finos de tinta acrílica, contorna a silhueta da figura, destacando cada fio de cabelo e cílios com precisão. 


Assuntos que circundam a realidade das mulheres são recorrentes na produção de Pandolfo – afinal, ela cresceu cercada de referências majoritariamente femininas, tendo além de sua própria mãe, quatro irmãs mais velhas. Mas uma singularidade distingue “Resiliência” de grande parte dos trabalhos de Nina: a temática da maternidade. Embora a artista já tenha mencionado a infância em diversas telas, é raro vê-la explorar o tema em uma fase tão inicial, como a gestação. A partir dessa proposta, Nina busca falar sobre o processo de espera que a gravidez implica para a mãe, e a necessidade de encontrar resiliência em uma fase de tantas mudanças.

 


A presença das águas-vivas

Apesar dos riscos que o contato entre humanos e águas-vivas pode causar, na obra "Resiliência" estes seres flutuam sobre o plano pictórico em plena harmonia com a figura da mulher. A ausência da demarcação explícita de um aquário e a presença das águas-vivas ao fundo da imagem são escolhas que conotam uma atmosfera que flerta com o surrealismo.


Além disso, é interessante observar que as águas-vivas podem ser um grande símbolo de resiliência. A espécie Turritopsis dohrnii é um exemplo disso, conhecida por sua quase imortalidade graças à sua alta capacidade de autorregeneração. Essas águas-vivas possuem células análogas às células-tronco humanas, que são totipotentes, ou seja, podem se transformar em qualquer célula e compor qualquer tecido, garantindo um processo contínuo de regeneração.

 


Os bordados

Os bordados sobre tela, aplicados à gola e à barra do vestido da figura retratada, também são elementos poéticos cruciais na pintura. A técnica requer precisão e paciência por parte da artista, refletindo a essência da obra, que trata da espera.


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