
Com a aproximação da SP-Arte Rotas 2025, que acontecerá entre os dias 27 e 31 de agosto, no espaço ARCA, em São Paulo, trouxemos uma breve prévia do que a Zipper Galeria apresentará no estande D3 da feira.
Sob o título “A forma da ausência”, a galeria selecionou trabalhos de nove artistas que têm em comum o vazio como elemento estruturante. Aqui, o que não está dito também comunica: a ausência torna-se parte da narrativa e convida o público a preencher mentalmente esses vazios com suas próprias reflexões e emoções.
Confira a seguir uma prévia do estande com quatro obras que serão exibidas.
Conteúdo do artigo:
Katia Maciel, Círculo Vicioso (2018)
A artista Katia Maciel tem como insumos para seus trabalhos a palavra e o reflexo. Em “Círculo Vicioso”, o título já anuncia uma armadilha: a expressão inscrita repetidamente na circunferência do espelho se faz imagem e prende nosso olhar num caminho contínuo e sem saída.
Diante do espelho, você vê a projeção de si mesmo, de forma que a repetição da palavra se soma à repetição da sua imagem refletida. Neste ciclo, você se torna parte ativa do enunciado, completa o círculo e percebe sua própria participação em um movimento obstinado.
Celina Portella, Queimadas/2 (2019/2024)
Em “Queimadas”, Celina Portella elabora uma espécie de fotografia performática, não apenas porque trata-se do autorretrato de uma performer, mas também por conta da repetição da imagem que evidencia uma ação em curso.
A metalinguagem é outra importante ferramenta na pesquisa poética de Portella. Aqui, a artista intervém no suporte, recortando áreas do papel como se o fogo retratado tivesse, de fato, queimado a imagem impressa, algo impossível pela dissonância temporal e pela natureza dos materiais. Ironicamente, os vazios físicos criados dão corpo ao que é registrado.
Ana Holck, Sinuosos (2025)
“Sinuosos” é uma obra que sugere liquidez e movimento apesar de suas materialidades rígidas. Nela, uma linha serpentina em cerâmica é atravessada por um filamento de aço inox em curvas que criam eixos condutores do nosso olhar. Os arcos sobrepostos, pulsando curvas e ditando ritmos, formam um desenho gestual que se estende também pelas sombras projetadas sobre a parede.
Gustavo Rezende, Maxwell Vindo IV (2012)
A obra compõe uma série de esculturas de ferro fundido, por meio das quais Rezende investiga a tensão sobre a dualidade humana. Apesar da postura imóvel e pouco expressiva, o título “Maxwell Vindo” sugere um personagem em trânsito, uma expectativa sobre algo que está a acontecer.
A instalação flexiona várias referências da produção escultórica contemporânea, da fatura da obra à sua instalação, ativando o espaço. Além do equilíbrio da peça entre parede e chão, as próprias figuras sustentam-se uma sobre a outra, compondo ideia de corpo e sombra, reflexo ou presença espectral.
Visite o estande da Zipper Galeria
SP-Arte Rotas 2025
Zipper Galeria – Estande D3
Local: ARCA
Endereço: Av. Manuel Bandeira, 360 - Vila Leopoldina, São Paulo - SP
Horários:
27 de agosto: convidados
28 de agosto: 13h às 20h
29 e 30 de agosto: 12h às 20h
31 de agosto: 12h às 19h
Ingresso: R$ 50 – R$ 100